As sete cores do arco-íris vão ganhar um espaço diferente neste domingo. Elas vão se estender pela avenida Boa Viagem a fim de compor a 10ª Parada da Diversidade de Pernambuco. O evento é organizado, desde a primeira edição, pelo Fórum Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Pernambuco (LGBT-PE) e é um modo de fomentar políticas públicas e motivar o engajamento da população na luta destes movimentos sociais. Para tanto, a Prefeitura do Recife, junto com a Empetur e o Governo do Estado, dispuseram-se a oferecer serviços de atenção aos homenageados. Com o tema “Por um Pernambuco sem homofobia, a mudança começa em você!”, cerca de 400 mil pessoas devem comparecer à festa. A concentração terá início às 8h, em frente ao Parque Dona Lindu, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
“Nesses dez anos, já avançamos em algumas questões. Por exemplo, já temos uma lei previdenciária que permite que o parceiro, em caso de falecimento, receba o seguro do companheiro. Com relação às travestis, o nome delas deve ser respeitado nas instituições públicas e nos hospitais. E nós podemos avançar ainda mais. Agora, estamos priorizando a inserção do homossexual no mercado de trabalho”, comentou o coordenador do LGBT em Pernambuco, Henrique Eduardo. Ainda segundo ele, a Parada é a oportunidade que eles encontram para comemorarem o que já alcançaram.
Portanto, durante o dia, não faltarão opções para divertir os convidados. A Secretaria de Cultura do Recife contratou artistas locais para deixarem a festa com a cara dos convidados. A partir das 9h, haverá uma orquestra formada só por mulheres, na pracinha de Boa Viagem. No Parque Dona Lindu, ainda na concentração, a banda Swing do Pará e as cantoras da noite LGBT também irão apresentar-se. As Drag Queens Kira Simon, Ashlei Fly, Lohane Fly, Kayla Fly e Rita Pavone darão continuidade ao show. A partir do meio-dia, a cantora Wanessa Camargo subirá ao palco e, em seguida, às 13h, será dada a largada dos dez trios elétricos e da Frevioca, com saída do Parque Dona Lindu até a Padaria Boa Viagem.
O fato é que os shows, a brincadeira e as cores; toda a união de símbolos alegres representando a diversidade são uma alternativa para tratar de um assunto sério: a busca pelo respeito aos homossexuais. O movimento Leões do Norte, entidade que também defende a luta em defesa dos LGBTs, é um dos que apoia a iniciativa.
De acordo com a presidenta da organização, Manoela Alves, a Parada é uma forma de os homossexuais mostrarem à sociedade que eles têm direitos iguais aos dos heterossexuais. “Nos outros movimentos de minorias as pessoas conseguem ver quem são os cegos, os deficientes, os negros. Mas, diferentemente, não veem quem são os gays. Então, depois de muito tempo, eles conseguiram sair do ‘armário’ e se mostrar, mesmo. E isso tem sido refletido, de forma positiva, no número de pessoas que vão à Parada Gay. No começo, era reduzido. Agora, já tivemos até casamento homoafetivo no Estado. Isto mostra que eles (homossexuais) se respeitam e que exigem respeito da sociedade”, atestou.
Ainda na opinião de Alves, o poder público tem avançado nas políticas públicas. Contudo, é preciso fazer mais. “O Governo do Estado montou uma assessoria para trabalhar com o LGBT. Mas, é pouco. Precisamos de campanhas educativas, pois há uma necessidade de as pessoas começarem a entender e debater a homossexualidade. Todos precisam saber que as pessoas são diferentes, mas que é isso que enriquece a convivência”, concluiu.
Fonte: Folha de Pernambuco
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