O
Brasil e países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) iniciam campanha
para erradicação do trabalho infantil nos países do bloco. A mobilização
é organizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria
com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Agência Brasileira
de Cooperação (ABC). Chamada de “Mercosul Unido contra o Trabalho
Infantil”, as ações da iniciativa terão como foco conscientizar a
população para prevenir e erradicar o trabalho infantil, principalmente
nas formas mais perigosas, como o trabalho agrícola, o trabalho
doméstico e a exploração sexual comercial.
Luiz Henrique Ramos, chefe da Divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil do MTE, disse que os países vão procurar coordenar as ações para que a fiscalização seja feita da mesma maneira em cada um deles. “Temos algumas experiências de outros tipos de fiscalização, que não do trabalho infantil, nessas regiões de fronteira. Vamos pegar a experiência que já temos e aplicar na fiscalização do trabalho infantil”, disse Ramos. “Vamos à fronteira junto com, por exemplo, os inspetores do trabalho do Uruguai e os fiscais do trabalho brasileiros em Uruguaiana que vão fazer uma ação conjunta em uma empresa ou em caminhões, porque é uma região onde há casos de exploração sexual, para fazermos uma ação mais efetiva”.
Segundo Laís Abramo, diretora do Escritório da OIT no Brasil, os quatro países-membros plenos do Mercosul vão usar os órgãos que lidam com o trabalho infantil para fazer a divulgação da campanha. “Esse projeto está sendo apoiado pelo governo brasileiro por meio da Agência Brasileira de Cooperação e em cada um dos outros países do Mercosul há as estruturas de proteção à criança e adolescente que serão usadas para a divulgação da campanha”, informou.
O ministro do Trabalho interino, Paulo Roberto Pinto, disse que o Brasil tem uma grande fronteira e por isso é necessária essa conscientização tanto de um lado quanto do outro. “Pela grande fronteira que temos, muitas vezes há apenas uma rua separando um país do outro. Como se trata de uma campanha de conscientização, ou conscientizamos todos ou não vamos conseguir fazer o trabalho. Uma pessoa não vai entender porque de um lado da rua pode haver trabalho infantil e do outro lado não pode. Não pode haver trabalho infantil em lugar algum”, explicou.
O ministro também comentou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o qual entendeu que nem todos os casos de relação sexual com menores de 14 anos podem ser encaixados na categoria de estupro. “Acho que essas crianças e adolescentes já foram punidas ao serem levadas para essa condição de vida. Não é aceitável que, pelo fato de elas já estarem se prostituindo, a situação seja equiparada à de emancipação. Elas têm de ser protegidas, e não mais uma vez punidas”, disse.
Segundo o estudo O Direito de Ser Adolescente, publicado pela Unicef em 2011, 4,3 milhões de brasileiros com idades entre 5 e 17 anos exercem algum tipo de atividade laboral. Desse total, 3,3 milhões têm entre 14 e 17 anos. A legislação brasileira proíbe o trabalho formal de menores de 16 anos, exceto como aprendiz a partir dos 14 anos.
Por Roberta Lopes e Fábio Massalli, da Agência Brasil
Luiz Henrique Ramos, chefe da Divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil do MTE, disse que os países vão procurar coordenar as ações para que a fiscalização seja feita da mesma maneira em cada um deles. “Temos algumas experiências de outros tipos de fiscalização, que não do trabalho infantil, nessas regiões de fronteira. Vamos pegar a experiência que já temos e aplicar na fiscalização do trabalho infantil”, disse Ramos. “Vamos à fronteira junto com, por exemplo, os inspetores do trabalho do Uruguai e os fiscais do trabalho brasileiros em Uruguaiana que vão fazer uma ação conjunta em uma empresa ou em caminhões, porque é uma região onde há casos de exploração sexual, para fazermos uma ação mais efetiva”.
Segundo Laís Abramo, diretora do Escritório da OIT no Brasil, os quatro países-membros plenos do Mercosul vão usar os órgãos que lidam com o trabalho infantil para fazer a divulgação da campanha. “Esse projeto está sendo apoiado pelo governo brasileiro por meio da Agência Brasileira de Cooperação e em cada um dos outros países do Mercosul há as estruturas de proteção à criança e adolescente que serão usadas para a divulgação da campanha”, informou.
O ministro do Trabalho interino, Paulo Roberto Pinto, disse que o Brasil tem uma grande fronteira e por isso é necessária essa conscientização tanto de um lado quanto do outro. “Pela grande fronteira que temos, muitas vezes há apenas uma rua separando um país do outro. Como se trata de uma campanha de conscientização, ou conscientizamos todos ou não vamos conseguir fazer o trabalho. Uma pessoa não vai entender porque de um lado da rua pode haver trabalho infantil e do outro lado não pode. Não pode haver trabalho infantil em lugar algum”, explicou.
O ministro também comentou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o qual entendeu que nem todos os casos de relação sexual com menores de 14 anos podem ser encaixados na categoria de estupro. “Acho que essas crianças e adolescentes já foram punidas ao serem levadas para essa condição de vida. Não é aceitável que, pelo fato de elas já estarem se prostituindo, a situação seja equiparada à de emancipação. Elas têm de ser protegidas, e não mais uma vez punidas”, disse.
Segundo o estudo O Direito de Ser Adolescente, publicado pela Unicef em 2011, 4,3 milhões de brasileiros com idades entre 5 e 17 anos exercem algum tipo de atividade laboral. Desse total, 3,3 milhões têm entre 14 e 17 anos. A legislação brasileira proíbe o trabalho formal de menores de 16 anos, exceto como aprendiz a partir dos 14 anos.
Por Roberta Lopes e Fábio Massalli, da Agência Brasil
Fonte: RETS
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