O manifesto lançado pelo MST já conta com assinaturas de inúmeros professores, intelectuais e de entidades da área da educação
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou, na última sexta-feira, dia 14, o manifesto intitulado “Campanha Fechar Escolas É Crime!” com o qual denuncia o fechamento de 24 mil escolas no meio rural e cobra a implementação de políticas para o fortalecimento da educação do campo.
Entre as entidades que subscrevem o documento estão a Ação Educativa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e membros da Campanha Nacional pela Direito à Educação. “Fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura”, denuncia o documento. Para assiná-lo, clique aqui.
Segundo o texto, entre os anos de 2002 e 2009, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados foram baseados no Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação e apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
O manifesto é assinado pela filósofa Marilena Chauí, professora de Filosofia da Universidade de São Paulo, os educadores Dermeval Saviani, doutor em Filosofia da Educação e professor da Universidade Estadual de Campinas, Gaudêncio Frigotto, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outros.
Abaixo, leia o manifesto:
CAMPANHA FECHAR ESCOLAS É CRIME!
Mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos A Educação é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal (Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo III, seção I) – direito de todos e dever do Estado. Entretanto, nos últimos anos, milhares de crianças e adolescentes, filhos e filhas de camponeses, estão sendo privados deste direito.
Nos últimos oito anos, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
Para essas famílias camponesas, o anúncio do fechamento de uma escola na sua comunidade ou nas redondezas significa relegar seus filhos ao transporte escolar precarizado, às longas viagens diárias de ida e volta, saindo de madrugada e chegando no meio da tarde; à perda da convivência familiar, ao abandono da cultura do trabalho do campo e a tantos outros problemas.
O resultado comum desse processo é o abandono da escola, por grande parte daqueles levados do campo para estudar na cidade. É por essa razão que os níveis de escolaridade persistem muito baixos no campo brasileiro, em que pese tenha-se investido esforços e recursos para a universalização da educação básica.
Portanto, fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!
A situação seria ainda mais grave não fosse a luta dos movimentos sociais do campo, por políticas de ampliação, recuperação, investimentos, formação de educadores e construção de escolas no campo. Importantes para reduzir a marcha do descaso dos gestores públicos para com os sujeitos do campo, mas insuficiente para garantir a universalização do acesso à educação no campo.
Denunciamos essa trágica realidade e conclamamos aos gestores públicos municipais, estaduais e federais que suspendam essa política excludente, revertendo o fechamento de escolas e ampliando o acesso à educação do campo e no campo. Conclamamos também a sociedade brasileira para que se manifeste em defesa do direito humano à educação, em defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens do campo frequentarem a educação básica, no campo.
Defender as escolas do campo é uma obrigação, fechar escolas é um crime contra as futuras gerações e a própria sociedade!
Assinam:
Marilena Chauí – professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP);
Dermeval Saviani – doutor em Filosofia da Educação, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP);
Gaudêncio Frigotto – professor Titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre e doutor em Educação;
Roberto Leher – professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
Celi Zulke Taffarel – doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Sergio Lessa – professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
Elza Margarida de Mendonça Peixoto – doutora em Educação, Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Attíco Chassot – atua na área de Educação, com ênfase em alfabetização científica e História e Filosofia da Ciência, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS);
Gelsa Knijnik – doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS);
Luiz Carlos de Freitas – professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP);
Cláudio Eduardo Félix dos Santos – doutorando em Educação e professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB);
Mauro Titton – professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
Daniel Cara – cientista político e coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação;
Sergio Haddad - economista, doutor em educação e coordenador da Ação Educativa.
Entidades
Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação;
ActionAid;
Centro de Cultura Luiz Freire – (CCLF);
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE);
Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación – (CLADE);
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA- CE);
E-Changer Brasil – Solidariedade, construção coletiva, intercambio entre os povos.
Fonte: Ação Educativa e Pró-Menino
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou, na última sexta-feira, dia 14, o manifesto intitulado “Campanha Fechar Escolas É Crime!” com o qual denuncia o fechamento de 24 mil escolas no meio rural e cobra a implementação de políticas para o fortalecimento da educação do campo.
Entre as entidades que subscrevem o documento estão a Ação Educativa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e membros da Campanha Nacional pela Direito à Educação. “Fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura”, denuncia o documento. Para assiná-lo, clique aqui.
Segundo o texto, entre os anos de 2002 e 2009, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados foram baseados no Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação e apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
O manifesto é assinado pela filósofa Marilena Chauí, professora de Filosofia da Universidade de São Paulo, os educadores Dermeval Saviani, doutor em Filosofia da Educação e professor da Universidade Estadual de Campinas, Gaudêncio Frigotto, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outros.
Abaixo, leia o manifesto:
CAMPANHA FECHAR ESCOLAS É CRIME!
Mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos A Educação é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal (Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo III, seção I) – direito de todos e dever do Estado. Entretanto, nos últimos anos, milhares de crianças e adolescentes, filhos e filhas de camponeses, estão sendo privados deste direito.
Nos últimos oito anos, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
Para essas famílias camponesas, o anúncio do fechamento de uma escola na sua comunidade ou nas redondezas significa relegar seus filhos ao transporte escolar precarizado, às longas viagens diárias de ida e volta, saindo de madrugada e chegando no meio da tarde; à perda da convivência familiar, ao abandono da cultura do trabalho do campo e a tantos outros problemas.
O resultado comum desse processo é o abandono da escola, por grande parte daqueles levados do campo para estudar na cidade. É por essa razão que os níveis de escolaridade persistem muito baixos no campo brasileiro, em que pese tenha-se investido esforços e recursos para a universalização da educação básica.
Portanto, fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!
A situação seria ainda mais grave não fosse a luta dos movimentos sociais do campo, por políticas de ampliação, recuperação, investimentos, formação de educadores e construção de escolas no campo. Importantes para reduzir a marcha do descaso dos gestores públicos para com os sujeitos do campo, mas insuficiente para garantir a universalização do acesso à educação no campo.
Denunciamos essa trágica realidade e conclamamos aos gestores públicos municipais, estaduais e federais que suspendam essa política excludente, revertendo o fechamento de escolas e ampliando o acesso à educação do campo e no campo. Conclamamos também a sociedade brasileira para que se manifeste em defesa do direito humano à educação, em defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens do campo frequentarem a educação básica, no campo.
Defender as escolas do campo é uma obrigação, fechar escolas é um crime contra as futuras gerações e a própria sociedade!
Assinam:
Marilena Chauí – professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP);
Dermeval Saviani – doutor em Filosofia da Educação, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP);
Gaudêncio Frigotto – professor Titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre e doutor em Educação;
Roberto Leher – professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
Celi Zulke Taffarel – doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Sergio Lessa – professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
Elza Margarida de Mendonça Peixoto – doutora em Educação, Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Attíco Chassot – atua na área de Educação, com ênfase em alfabetização científica e História e Filosofia da Ciência, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS);
Gelsa Knijnik – doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS);
Luiz Carlos de Freitas – professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP);
Cláudio Eduardo Félix dos Santos – doutorando em Educação e professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB);
Mauro Titton – professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
Daniel Cara – cientista político e coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação;
Sergio Haddad - economista, doutor em educação e coordenador da Ação Educativa.
Entidades
Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação;
ActionAid;
Centro de Cultura Luiz Freire – (CCLF);
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE);
Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación – (CLADE);
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA- CE);
E-Changer Brasil – Solidariedade, construção coletiva, intercambio entre os povos.
Fonte: Ação Educativa e Pró-Menino
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