sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Técnicas do Ministério da Saúde revela o tipo de mulher que os aliciadores preferem

As mulheres negras são as preferidas dos aliciadores de redes internacionais de prostituição responsáveis pelo tráfico de pessoas. Embora as causas sejam complexas, os problemas sociais e econômicos são apontados como os principais motivos para o crescimento da atividade. Esses dados foram apresentados, ontem, no 6º Curso de Multiplicador para Atenção Humanizada a Vítimas de Violência Sexual e Doméstica, no auditório da Maternidade Municipal Dr. Moura Tapajóz, Zona Oeste.

De acordo com a assistente técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde Cláudia Araújo, os aliciadores acreditam que a negra "é um produto que dura mais". "Para os aliciadores, as mulheres negras, fisicamente falando, possuem estrutura de corpo mais resistente e são mais resistentes aos sofrimentos físico e psicológico, e são bonitas também", disse.

Outro fator que incentiva a preferência pelas negras, conforme Cláudia, é a aparência de jovem, apesar da idade que elas possam ter.

Na Região Norte, segundo ela, a fronteira com o Suriname concentra os maiores problemas. "Há locais, nos quais as mulheres atravessam a rua e já estão em outro país", explicou a técnica do Ministério da Saúde.

Desigualdade

Para Cláudia Araújo, a desigualdade entre mulheres negras e o restante da população começa cedo. "No Brasil, historicamente, a população negra está na situação de desigualdade social e nós não reconhecemos que a maioria da população pobre, desempregada, que passa fome, de pouca escolaridade e com filhos pequenos é negra", disse.

Ela lembrou também, que mulheres e homens da raça negra, foram os primeiros a experimentar o tráfico de pessoas, quando foram transportados da África para o Brasil. "Pessoas negras estão em maior situação de vulnerabilidade para o tráfico de pessoas, para o trabalho escravo, enfim, para várias situações de exploração e servidão", destacou, dizendo também, que toda a população pode estar vulnerável, mas "quem é mais desprotegido socialmente" está mais exposto a tal situação.

Dados apresentados pela técnica da Saúde da Mulher, revelaram que 70% das pessoas vítimas do tráfico de pessoas no Brasil, são mulheres adolescentes afrodescendentes, com documentos falsificados e são aliciadas para a exploração sexual ou mão-de-obra escrava.

As informações mostraram também, que, de 2010 a 2012, a Polícia Federal registrou mais de 1,9 mil rotas de tráfico nacional de mulheres e 230 rotas de tráfico internacional.

Crescimento

Outro dado oficial apresentado no curso de ontem indica que exploração sexual de homens representa 20% do total do tráfico de pessoas no Brasil.

Fonte: Portal Geledés
Por: Milton de Oliveira, de 'ACritica.com'

Fonte: RETS

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