Por Malu Silveira
Um tratamento que, muitas vezes, requer paciência e determinação. Idas mensais ao médico, exames regulares e algumas restrições indispensáveis. As crianças contaminadas com o vírus da Aids precisam de um acompanhamento que começa assim que saem da maternidade e com uma série de exames que começa assim que o bebê nasce.
Mesmo antes do resultado do exame, um recém-nascido de uma mãe soropositiva já passa a tomar um leite apropriado em copinhos - a mamadeira é proibida em hospitais. Nas duas primeiras horas de vida, ele já tem que tomar o xarope de AZT (mesma medicação que a mãe toma antes e durante o parto). A partir daí, serão seis semanas de profilaxia pós-parto, tomando o remédio a cada seis horas, quatro vezes ao dia.
E, caso o primeiro exame dê negativo, o bebê é submetido ainda a mais testes nos dois meses e nos quatro meses de vida. Já aos 18 meses de idade a criança é submetida a mais uma carga de exames. Dessa vez, se não houver mais vestígios de anticorpos em seu organismo, o paciente é liberado com o diagnóstico negativo para Aids. Quando o diagnóstico é positivo, a criança contaminada precisa passar pelo exame de genotipagem, onde será definida a melhor medicação a ser tomada.
Os medicamentos utilizados no tratamento são divididos nas seguintes categorias: ITRN (Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos de Nucleosídeos), ITRNN (Inibidores da Transcriptase Reversa Não-Análogos de Nucleosídeos), IP (Inibidores da Protease), IF (Inibidor de Fusão) e II (Inibidor de Integrase). Para o tratamento inicial da criança, são usados dois inibidores ITRN, aliado a um inibidor ITRNN. O cuidado maior dos médicos é escolher medicamentos que tenham um gosto mais agradavél para os pequenos pacientes, além de controlar as taxas. "Alguns medicamentos podem causar uma modificação no vírus, fazendo com que algumas taxas, como a de colesterol e triglicerídeos fiquem alteradas", afirma a infectologista Paula Lyra.
Algumas famílias não aceitam o diagnóstico, não conseguem lidar com o sentimento de culpa ou até mesmo acreditam que, por causa das condições socioeconômicas, o tratamento da mãe e da criança não prosseguirá com sucesso. Mas os especialistas alertam para a importância da adesão ao tratamento para que, assim, se atinja a meta proposta pelo Ministério da Saúde: erradicar a transmissão vertical até 2015.
Fonte: NE10/Filhos do Laço
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