Tiros e confusão marcam início da manhã no prédio
O motim dos internos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) do Cabo de Santo Agostinho, que começou no início da noite de ontem (10), já está controlado. Após o fim da rebelião, na madrugada desta quarta-feira (11), os internos fizeram outra confusão. Por volta das 9h, os familiares, que aguardavam na frente do prédio para entrar no período de visitas, escutaram tiros e explosões dentro do prédio, o que gerou uma confusão também do lado de fora da unidade. Segundo o representante da Funase, não houve nenhuma fuga ou homicídio.
Os reeducandos só se acalmaram com a chegada do ex-diretor da unidade, coronel Leandro. Durante a madrugada, os familiares fizeram virgília esperando alguma novidade sobre os seus parentes. Até o início da manhã, o resultado da rebelião eram três mortos, inclusive, um deles teve a cabeça decepada e jogada para fora do prédio. O saldo de feridos, segundo a Funase, é de seis internos.
Agora à tarde, os familiares se reuniram na frente da Funase para rezar e tentar se tranquilizar. Muitas das mães estavam emocionadas. Os internos vão almoçar e depois passar por um processo de contagem e identificação. Ainda de acordo com esse representante, a situação dentro do prédio é de destruição, até a enfermaria está acabada. Segundo familiares, os reeducandos não gostam da atual diretora, Maria Suzete Lúcio.
Pouco antes das 15h, foi autorizada pelo Conselho Tutelar a entrada de cinco mães e um pai na Funase, para que eles pudessem servir de testemunhas de como está a situação dentro da unidade para os demais familiares. A decisão gerou descontentamento entre os outros pais e mães, que exigem igual permissão. Eles reivindicam informações sobre como estão os adolescentes após toda a confusão e alegam que as pessoas escolhidas não serão capaz de passar a informação de cada interno para familiares respectivos.
Os seis familiares autorizados a entrar confirmaram que não há condições de andar pelas dependências da unidade, pois não há energia, o que dificulta a visibilidade dos internos. Segundo eles, os pavilhões 1, 2 e 4, junto com a administração, estão destruídos. Ainda segundo as cinco mães e o pai que entraram, os garotos afirmaram estar em situação tranquilizada e pediram que os familiares fiquem calmos, para garantir a calma deles lá dentro.
Tranquilizados e sabendo que não poderão ver o parente interno, alguns familiares já deixam a localidade para retornar no próximo dia de visita, que deverá ser confirmado para domingo, como já acontece rotineiramente. A energia da unidade já está sendo restabelecida. Os garotos, por sua vez, estão alimentados e aguardam a chegada de água para beber.
Rebelião – A rebelião dentro da Funase do Cabo de Santo Agostinho durou seis horas e meia. O saldo foi de três corpos carbonizados, sendo um deles decapitado. As vítimas foram José Mário de Oliveira Filho, de 18 anos, Alan Fraga de Oliveira, conhecido como Geléia, de 19 anos, e Pedro Henrique de Oliveira Lima, de 18 anos, que foi decapitado.
Mesmo após o término da rebelião, o clima foi tenso durante toda a madrugada. Centenas de pessoas, entre familiares e amigos, procuravam informações sobre parentes detidos. Até o momento, a polícia prendeu quatro homens suspeitos de liderarem o motim da Funase.
Mesmo após o término da rebelião, o clima foi tenso durante toda a madrugada. Centenas de pessoas, entre familiares e amigos, procuravam informações sobre parentes detidos. Até o momento, a polícia prendeu quatro homens suspeitos de liderarem o motim da Funase.
Os suspeitos são Renato Almeida Cruz, de 19 anos, Jonatas Gomes Cabral da Silva, de 19 anos, conhecido como Delesão, Jefferson Fernando da Silva, de 18 anos, conhecido como Chuck, Danilo Berlarmino dos Santos Filho, de 19 anos, vulgo Arroz. Ainda não existe provas que eles tenham envolvimento nos crimes, mas, segundo a polícia, os rapazes serão autuados por danos ao patrimônio.
Fonte: Folha de Pernambuco
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