quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Marco Regulatório das Comunicações: cartas abertas à Presidência da República


Diante da impassividade do Ministério das Comunicações em colocar em discussão o Marco Regulatório das Comunicações, depois de várias promessas e desculpas, inclusive em evento do próprio Clube de Engenharia juntamente com a Revista Carta Capital, o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro resolveu enviar uma Carta Aberta à Presidência da República (CT 630/12 de 10/12/2012, reproduzida abaixo), abordando o grande prejuízo para a sociedade brasileira pela não adoção de uma nova regulamentação para o setor, e mais uma vez solicitando a abertura de discussão do assunto. Esta carta foi respondida pelo Gabinete da Casa Civil (Ofício 3633/Gab-C.Civil/PR de 28/12/2012 anexa, incluindo seus próprios anexos), que absolutamente sequer aborda nossas ponderações.

Novamente, questionamos a Presidência da República pela resposta inadequada aos pontos da carta inicial, em outra carta (CT 024/13 de 17/01/2013, reproduzida abaixo), inclusive com menção aos 20 pontos que o FNDC vem defendendo para o Marco Regulatório e já do conhecimento do Ministério das Comunicações, para a qual estamos aguardando resposta.

A iniciativa de fazer uma Carta Aberta, foi para que pudéssemos ter uma referência para divulgação tanto dos questionamentos quanto da resposta da PR, de forma a chegar de forma irrestrita ao conhecimento da sociedade e poder ser utilizada amplamente pelas diversas entidades. Adicionalmente, estaremos dando divulgação dessa troca de correspondência a políticos e pessoas notórias simpatizantes do movimento social.

Estamos no aguardo de uma resposta e daremos notícia tão logo a tenhamos recebido.

Marcio Patusco
Clube de Engenharia

CARTA ABERTA

CT 630/12 Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2012.

Exma. Sra.
Presidenta Dilma Rousseff
M.D. Presidenta da República Federativa do Brasil

Excelentíssima Senhora Presidenta,

Tendo em vista as promessas e compromissos não cumpridos pelo Ministério das Comunicações em colocar em discussão as novas regras para as comunicações nacionais, vimos mui respeitosamente à sua presença para alertá-la - como entidade representativa da Engenharia em geral, e de Telecomunicações em particular - do grande prejuízo econômico, técnico e social da omissão do Governo Federal na instituição de um Marco Regulatório das Comunicações.

Especialistas internacionais aqui presentes em evento promovido pelo governo em 2007, foram unânimes em reconhecer a desatualização de nossas regras na área de comunicações, estabelecidas em legislação arcaica e inadequada para lidar com as tecnologias atuais. Trata-se de uma colcha de retalhos que não consegue mais atender aos anseios da população, dos investidores e nem contribui para estabelecer requisitos de serviços, concessão de outorgas e abertura para a competição. Inclusive, alguns artigos do Capítulo V da Constituição Federal de 1988, que trata de comunicação social, até hoje não se encontram regulamentados.

Na intenção de promover a discussão e por fim equacionar as mudanças necessárias em nossas leis, em 2009, sob a coordenação do Ministério das Comunicações, foi realizada a I Confecom, com participação da sociedade civil, empresários e entidades governamentais. Foi um exercício democrático que passou por Municípios e Estados até chegar a uma reunião nacional, de onde efetivamente saíram contribuições para a reforma de nossa legislação.

Em seguida, um ante-projeto foi escrito, ainda no governo Lula, e apresentado para o  Ministro das Comunicações, Dr. Paulo Bernardo, já em seu governo. Em ocasiões diferentes, tivemos oportunidade de questionar os representantes do Minicom sobre a forma, conteúdo e cronograma para esta discussão. Sempre tivemos respostas de que o momento chegaria e que o prazo estaria por acontecer.

O fato é que quase dois anos passados da Administração de V.Exa. rigorosamente nada aconteceu na discussão das novas leis para as comunicações, desprezando-se assim as iniciativas da sociedade civil para debater o assunto com o Minicom.

Como dissemos, o prejuízo pela não adoção de uma nova lei de comunicações é muito grande com relação aos aspectos econômico, técnico e social.

O prejuízo é econômico porque, como já demonstrado pelo Banco Mundial, existe uma correlação entre a penetração das soluções de tecnologias da informação e comunicações (TICs) de um país e o seu PIB. Em outras palavras significa que, a cada 10% de maior penetração dos recursos de TICs, o país cresce seu PIB em cerca de 1,3%, que em números atuais para o Brasil representam acréscimos de aproximadamente 65 bilhões de reais.

O prejuízo é técnico porque nossas leis atuais não conseguem mais acompanhar as inovações tecnológicas advindas da convergência. Um serviço como transmissão de TV Digital, por exemplo, por sua característica mista de radiodifusão e internet no canal de retorno, não se enquadra nas leis que regem os serviços atualmente, com sérios riscos na clareza do estabelecimento de um ambiente propício à competição.

O prejuízo é social porque não contempla anseios mínimos de nossos cidadãos por serviços que forneçam maior democratização de acesso à informação, melhor qualidade, e que venham a se tornar universais e baratos. Em recente pesquisa da União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão da ONU, em uma cesta de tarifas de telecomunicações, temos números maiores do que 92 países que oferecem serviços a preços menores.  

A importância da fixação de regras que venham a ser acordadas entre os segmentos da sociedade é tão mais importante quando sabemos que nosso mercado de receitas de telecomunicações é o 4º maior do mundo, com seus números chegando a 200 bilhões de reais/ano, inferior apenas aos dos EEUU, Japão e China.

Pleiteamos, em consequência, que o Governo Federal inicie imediatamente a discussão de uma nova lei que irá permitir alavancar o país definitivamente para uma posição de destaque mundial no setor de comunicações. Uma discussão madura e democrática, de compromissos a assumir de parte a parte, por governo, empresários e sociedade civil. Não podemos nos conformar com o 60º lugar em implementação de recursos de TICs, em uma escala mundial, como também relatado pela UIT.

Precisamos avançar. E o Marco Regulatório é um poderoso instrumento que virá dar clareza da forma como a nossa sociedade pensa as comunicações em seu benefício e em benefício do desenvolvimento do país.

Atenciosamente,

Francis Bogossian
Presidente do Clube de Engenharia


CT  024/13 Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2013.

Exma. Sra.
Presidenta Dilma Rousseff
M.D. Presidenta da República Federativa do Brasil
Ref: n/carta CT 630/12 de 10/12/2012
Ofício nº 3633/Gab-C.Civil/PR de 28/12/2012 e anexos

Excelentíssima Senhora Presidenta,

Com relação à nossa carta em referência e o ofício-resposta do Gabinete da Casa Civil da Presidência da República com seus anexos, também em referência, temos as seguintes considerações a fazer:

1. Aos nossos questionamentos em relação à necessidade urgente de um Marco Regulatório para as Comunicações nacionais, em nenhum momento a resposta do Gabinete da Casa Civil aborda o tema adequadamente.

2. Insistimos em que existe um enorme prejuízo para a sociedade brasileira pela não adoção de novos regulamentos para a área de comunicações, como já demonstramos em nossa carta anterior.

3. Desde a Confecom em 2009, com participação do governo e da sociedade em geral, temos nos colocado à disposição para debater de forma madura e democrática as questões do setor.

4. Já é do conhecimento do governo, e em especial do Ministério das Comunicações, os 20 principais pontos de sugestões da sociedade civil, consolidados no âmbito do Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações – FNDC, do qual o Clube de Engenharia faz parte, para constarem do marco ora proposto.

Sendo assim, vimos mais uma vez à sua presença no intuito de reiterar nossas preocupações quanto à premência de mudança de nossa legislação de comunicações para satisfazer os anseios do cidadão nas suas necessidades por serviços que forneçam maior democratização de acesso à informação, melhor qualidade, que venham a se tornar universais e baratos, e estabelecendo as bases para alavancar o país definitivamente para o seu pleno desenvolvimento.

Atenciosamente,

Francis Bogossian
Presidente do Clube de Engenharia  
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Fonte: RETS

Organização Internacional para as Migrações afirma que Brasil é fonte e destino de tráfico humano



humanos em vidrosO Brasil é um dos países apontados como fonte de vítimas de tráfico humano, ao lado da Bulgária, China, Índia, Nigéria. Os dados constam de um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), parceira das Nações Unidas que analisou as tendências de tráfico de pessoas através de informações de mais de 150 pontos de operação.

Os principais países de destino são a Federação Russa, o Haiti, o Iêmen, a Tailândia e o Cazaquistão. Embora em menor escala, em relação à Argentina, o Brasil é também tido como ponto de chegada de pessoas traficadas de países como a Bolívia e o Paraguai.
Na Europa, Portugal é um dos pontos de destino ao lado da Alemanha, Itália e Espanha. Todos recebem um número significativo de migrantes do Cone Sul e particularmente dos países andinos.
Migrantes originários de Angola e Moçambique estão na lista dos refugiados africanos, caribenhos e asiáticos que se movimentam para a Europa ou transitam pela América do Sul a caminho dos Estados Unidos e Canadá.
 Exploração
 Em junho, a agência deve publicar a segunda parte do estudo, para o combate ao tráfico e assistência a migrantes vulneráveis, com dados de 2011. O documento indica que metade dos casos de tráfico humano registrados durante o período, envolveu vítimas de exploração de trabalho.
O estudo relata que 27% dos casos de tráfico acompanhados em 2011 são de exploração sexual. O tráfico de trabalho é uma “característica de setores econômicos, particularmente, os que exigem trabalho manual, como a agricultura, construção, trabalho doméstico, pesca e mineração.”
 Solicitações
 De acordo com a OIM, mais de 3 mil vítimas de exploração do trabalho foram assistidas durante o período, o que representou 53% das solicitações das vítimas de tráfico humano. A agência indica que desde 2010, o tráfico de trabalho já tinha ultrapassado a exploração sexual como o principal tipo de tráfico atendido pela OIM.
 Pedidos
 Na maioria dos casos, a exploração é disfarçada como trabalho legal e contratual e ocorre em condições degradantes ao contrário das promessas feitas aos trabalhadores. O relatório destaca o aumento de pedidos de assistência de homens vítimas de tráfico de 1,65 mil casos em 2008 para pouco mais de 2 mil em 2011.
 Combinação
 As vítimas de tráfico do sexo feminino estiveram no mesmo nível dos homens, apesar delas representarem a maioria a receber assistência. As mulheres representam 62% dos casos atendidos pela OIM, incluindo casos de exploração sexual, exploração do trabalho e a combinação das duas formas. Durante 2011, a OIM registou, entretanto, uma redução de 7% dos casos assistidos, em comparação a 2010. A OIM atribui a queda a fatores externos, e não a uma “queda real” em casos de tráfico de pessoas.
Fonte: ONU Brasil
Fonte: RETS

Entidade com atuação na comunicação lança "kit" de primeiros socorros para proteção a defensores de direitos humanos


A Associação para o Desenvolvimento da Comunicação (APC, na sigla em inglês) acaba de lançar uma série de instrumentos, reunidos em um kit, para aumentar as possibilidades de defesa de militantes na área de direitos humanos.
Em face à crescente vigilância sobre os direitos humanos, e dada a multiplicação do interesse de empresas nos dados pessoais de usuários, a campanha "Conecte Seus Direitos", da APC, disponibiliza dicas e macetes para que defensores de direitos humanos possam se precaver diante de ameaças à privacidade das informações que compartilham na Internet.
APC é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1990, que deseja o acesso de todas e todos a uma Internet livre e sem restrições, de modo que seja possível um mundo mais justo.
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Fonte: RETS

Tecnologia para mobilização é tema de fórum social na Campus Party



O Programa Social Good Brasil promoveu, durante o segundo dia da Campus Party 2013, um fórum de discussão com o tema: “Uso da tecnologia para mobilização”. Mediado por Fernanda Bornhausen Sá, presidente voluntária do Instituto Voluntários em Ação (IVA), parceiro do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom), o evento recebeu: Patrícia Santin, gerente da Área da Infância e Adolescência da Fundação Telefônica; Lucas Pretti, ativista da Change.org; Amanda Fazano, coordenadora de marketing e captação de recursos online do Greenpeace Brasil e Isadora Faber, jovem de 13 anos, criadora da página Diário de Classe no Facebook, que já tem mais de 500 mil fãs.

De modo geral, os convidados falaram sobre as experiências virtuais com as quais estão envolvidos, apontando para o desdobramento das ações no mundo real.

Patrícia Fantin iniciou o fórum falando sobre a campanha É da Nossa Conta, desenvolvida pelo portal Pró-Menino – projeto da Fundação Telefônica – para apoiar no combate ao trabalho infantil. “Embora tenhamos iniciado a mobilização via redes sociais, a campanha nos ajudou a fomentar o debate entre a sociedade”, aponta a especialista. Revelados em Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em 2012, os resultados da campanha foram bastante expressivos: mais de 25 milhões de pessoas foram impactadas pelas redes, e também fomentou-se cerca de 700 mil debates sobre a causa; além disso, as ações de lançamento sensibilizaram público em sete capitais brasileiras. A ação previu distribuição de 240 mil gibis da Turma da Mônica nas bancas de todo o Brasil, além de 160 mil kits da campanha em ONGs, escolas, movimentos socais, bibliotecas públicas, pontos de leitura, parceiros e Grupo Telefônica, além de colaboradores e terceirizados.  “Acredito no “poder do um”, explica Patrícia se referindo à mobilização individual”. “Acredito que devemos nos questionar: como podemos modificar nosso cotidiano a partir das ferramentas que temos dosponíveis”, finaliza.

Lucas Pretti, ativista da Change.org, falou sobre a plataforma criada para agrupar abaixo-assinados do mundo todo, a partir do questionamento: “O que você vai mudar?”. Pretti acredita não mais haver a barreira entre o virtual e o real, desde que haja um plano de ação previsto para cada mobilização online. O palestrante citou como exemplo do empoderamento da sociedade a petição criada para incentivar lei contra a obesidade infantil. (Leia: Governo de São Paulo lança Programa Alimentação Saudável )

Amanda Fazano, do Greenpeace Brasil, também destacou a internet como parte integrante do ativismo ambiental promovido pela organização.

Isadora Faber, jovem de 13 anos, idealizadora da fanpage “Diário de Classe”, justifica sua criação com a seguinte frase: “Estudo há 7 anos no mesmo colégio público e nunca tinha visto nenhuma reforma". Ao criar o seu diário virtual, tendo como tema o dia a dia escolar, a jovem já envolveu cerca de 70 mil pessoas no mundo da educação.
Fonte: Pró-Menino

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente diante do problema da concretização dos direitos da criança e do adolescente em Pernambuco


Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente diante do problema da concretização dos direitos da criança e do adolescente em Pernambuco















Nivaldo Pereira da Silva*

Em artigo anterior, abordamos aspectos que dificultam o funcionamento adequado dos conselhos tutelares em Pernambuco. Todavia, também se faz necessário salientar que dentro do sistema de garantia de direitos e da política de atendimento à criança e ao adolescente, outro órgão é de fundamental importância para a efetivação dos direitos definidos no Estatuto da criança e do Adolescente: O CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).
O CMDCA é definido no art. 88, inciso II do ECA como uma das diretrizes da política de atendimento como “órgão deliberativo e controlador das ações, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas”. A participação dos conselhos de direitos fundamentada na Constituição Federal e no ECA, é formado por três princípios: Deliberação, controle da ação e paridade, para que a participação na formulação da política seja efetivada. Princípio da deliberação: As esferas governamental e não governamental devem adotar, conjuntamente, deliberações acerca de como se aplicará o artigo 227 da Constituição, no seu âmbito de atuação (municipal). Princípio do Controle da ação: Por este princípio, governo e sociedade também  se unem para comparar as ações levadas a efeito para a criança e o adolescente com as normas gerais presentes no ECA e verificar se há desvio. Havendo, deliberam formas, meios e modos para sua correção. Trata-se de um moderno mecanismo social de retroalimentação, para a eficácia da norma. E por fim, o princípio da paridade: A junção de dois atores sociais coletivos, governo e sociedade civil organizada, para deliberar sobre políticas e controlar ações delas decorrentes não teria o caráter de freio ao arbítrio, nem de contrapeso ao desvio da norma, se não se lograsse equilibrar a balança. A norma geral federal encontrou na paridade o mecanismo de equilíbrio. Cada lado entra com o mesmo número de membros no Conselho.
Isto posto, elencaremos a seguir alguns aspectos que pudemos detectar, acarretam dificuldades para a atuação e funcionamento dos conselhos de direitos em Pernambuco. Coincidentemente, os conselhos de direitos passam pelas mesmas situações que os conselhos tutelares, com características próprias de sua natureza. sofrem de precárias condições de funcionamento no que diz respeito á estrutura física  e de recursos humanos. Para que o conselho cumpra o princípio de deliberação e controle é fundamental que conheça a realidade local, ou seja, tenha um diagnóstico da situação, conheça as áreas onde existe a não oferta ou oferta irregular dos serviços, onde ocorre e quais são as ameaças e violações de direitos, tenham um banco de dados, uma equipe técnica para auxílio nas sua ações, conheçam os programas existentes, um plano de ação e aplicação dos recursos do fundo, que deve existir e contar com captação e repasse de recursos e fazer gestão junto ao poder executivo para a implantação dos serviços. Quanto a composição, é preciso que os representantes governamentais e não governamentais tenham conhecimento do seu papel como conselheiro e conselheira, participando das atividades do conselho com  o compromisso e a responsabilidade que a função exige. Porém, o que ocorre? Muitos conselheiros representantes do poder executivo, são cargos comissionados, e quando indicados e nomeados pelo prefeito acham que deve comparecer ás reuniões apenas para “não contrariar o chefe” ou para defender o executivo da sociedade civil, muitos estão nos conselhos sem saber realmente para quê, ou sabem e não dão a devida importância. Do lado da sociedade civil, muitas vezes ocorre o mesmo, são indicados pela instituição, e também estão na composição sem muito compromisso, às vezes defende a gestão por faze parte do grupo político, ocorrendo que o conselho acaba não funcionando, limitando-se muitas vezes a apenas reunir-se duas vezes por ano: Para realização das Conferências Municipais DCA e eleições dos conselhos tutelares (Lembrando que no ano de 2011, 64 municípios em Pernambuco não realizaram as Conferências Municipais). Contudo, tal qual ocorre com os conselhos tutelares, nem sempre os conselheiros são os culpados, o poder executivo concorre, e muito para que este órgão, tão importante não cumpra suas atribuições como deveria. Como exemplo, citamos a participação em eventos importantes, como seminários, congressos, conferências, cursos, fora do município. É comum ouvir de conselheiros que não puderam participar de eventos e atividades, porque não tiveram disponibilizado transporte para o deslocamento para fora de seus municípios. Exemplo claro são as atividades da Escola de Conselhos de Pernambuco que oferece cursos gratuitos, tendo apenas os municípios que disponibilizar o transporte, que em certas ocasiões é para municípios próximos de onde residem e atuam, e a prefeitura diz que não pode (ou não quer oferecer). E esses eventos são importantes para a atuação dos conselheiros, para elevar o nível de informação, conhecimento e consequentemente da atuação. Outra questão é o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Estes precisam estar constituídos e funcionando, com recursos, provenientes seja de repasse municipal ou de doações de pessoas físicas ou jurídicas, para que o conselho possa realizar cursos, seminários, campanhas, capacitações, conferências, pesquisas, contratar assessoria, apoiar projetos, realizar campanhas. Constatou-se, que em municípios onde existem os FMDCA funcionando e bem administrado, ameaças ou violações de direitos como trabalho infantil e abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, os índices são menores. Os conselhos precisam voltar a funcionar devidamente, e exigir do poder executivo que implantem e repassem recursos para os fundos, e para isso, pode e deve-se exigir a intervenção do Ministério Público, que precisa apoiar o adequado funcionamento destes conselhos.
Estes conselhos precisam estar mais atuantes. Só para citar um exemplo recente, o Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Recife (que é a capital do Estado), vem passando por inúmeras dificuldades, nestes últimos 12 anos, e o atual prefeito, recém-eleito e empossado, desde sua campanha eleitoral até o presente momento, em tempo algum se pronunciou claramente sobre o tema “Criança e Adolescente: Prioridade Absoluta”. Então, todos que desejam que a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, precisam exigir dos atuais chefes do executivo municipal em Pernambuco que cumpram seu dever de oferecer condições adequada, em todos níveis para que estes conselhos funcionem, para funcionamento da lei. e quem não cumpre, segue o que disse Armand Jean du Plessis, Cardeal de Richelieu “Fazer uma lei e não mandar executar, é autorizar a coisa que se quer proibir”.

*Educador Social, Ex-Conselheiro Tutelar do Recife, Coordenador do CEDES- Centro de Estudos e Desenvolvimento Social, Conselheiro Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Ipojuca, Conselheiro Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Pernambuco.

*Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil


O Brasil tem um plano

O *Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil foi elaborado em junho de 2000, durante o Encontro Nacional ocorrido em Natal (RN). O Plano consolida o processo no qual foram definidos por meio de consensos entre diferentes setores e segmentos, as diretrizes gerais para uma política pública de enfrentamento à violência sexual infanto-juvenil.
Esse documento acabou tornando-se referência para a sociedade civil organizada e para as três instâncias do poder federativo brasileiro. Nele estão as diretrizes que oferecem a síntese metodológica para a reestruturação de políticas, programas e serviços de enfretamento à violência sexual, consolidando a articulação como eixo estratégico e os direitos humanos sexuais da criança e do adolescente como questão estruturante.
 O Plano foi aprovado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), em 12 de julho de 2000, no marco comemorativo aos 10 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que reuniu em Brasília cerca de 2000 pessoas, no Encontro Nacional de Entidades organizado por um conjunto de ONGs do movimento de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
O documento inicialmente foi estruturado em seis eixos: análise da situação; mobilização e articulação; defesa e responsabilização; atendimento; prevenção; e protagonismo infanto-juvenil.
Desde a adoção do Plano, foram registradas conquistas significativas: a instituição do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes e da Comissão Intersetorial do governo federal; o fortalecimento das redes locais/estaduais; a realização de campanhas de sensibilização permanentes e periódicas; a adesão de um número crescente de organizações públicas e privadas ao enfrentamento da violência sexual; a vista do Relator Especial das Nações Unidas para analisar a questão de venda, prostituição infantil e utilização de crianças na pornografia; a adoção da experiência de Códigos de Conduta contra a Exploração Sexual por diferentes segmentos econômicos (turismo, transporte, etc); e ainda, a criação e instalação, mesmo que em poucos estados, de delegacias e Varas Criminais especializadas em crimes contra crianças e adolescentes.
A coordenação colegiada do Comitê Nacional, em reunião realizada em Brasília, em outubro de 2006, com o apoio técnico e financeiro da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da, na época, Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial de Direitos Humanos, deliberou por desencadear um processo de revisão do Plano Nacional, tendo como pano de fundo os resultados e impactos das ações que respondem às diretrizes de políticas públicas do Plano Nacional.
*Após o processo de revisão 2012/2013 o Plano tem novo nome e novos eixos prioritários. Será entregue para a sociedade na semana do dia 18 de maio de 2013 com o nome: Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Seus novos eixos são:
  • Atenção à Criança e Adolescente e suas Famílias e à Pessoa que comete Violência Sexual
  • Comunicação e Mobilização Social
  • Defesa e Responsabilização
  • Estudos e Pesquisas
  • Prevenção
  • Protagonismo (Participação)

Fonte: Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes

Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes


O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes surgiu de uma proposta no Encontro realizado em Natal (RN), em junho de 2000, onde foi elaborado o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
Em Julho de 2002, o Fórum Nacional e o Departamento da Criança e do Adolescente - DCA com o apoio do Centro de Estudos e Pesquisa de Referência da Criança e do Adolescente - CECRIA, realizaram uma oficina nacional em Brasília (DF) com dois objetivos: avaliar a mobilização e a articulação das organizações não-governamentais e governamentais no processo de implementação do Plano Nacional e discutir a consolidação e formas de funcionamento do Comitê Nacional.
O Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes foi instalado como uma instância nacional representativa da sociedade, dos poderes públicos e das cooperações internacionais, para monitoramento da implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. Para os encaminhamentos políticos e operacionais do Comitê Nacional foi criada uma coordenação colegiada composta por 14 membros.
A primeira reunião da coordenação colegiada do Comitê Nacional realizou-se em outubro de 2002 e teve como principais resultados a indicação da coordenação e vice-coordenação geral, a aprovação do Estatuto e aprovação da carta de princípios para adesão de membros ao Comitê Nacional.
O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes tem a sua missão operacionalizada pela coordenação colegiada que se reúne ordinariamente trimestralmente e pelo funcionamento da secretaria executiva com sede em Brasília (DF). Todos os atos e práticas estão orientados por seu Estatuto, pelo Plano de Trabalho elaborado anualmente pela coordenação colegiada e aprovado pela assembléia geral, bem como pelas decisões tomadas nas reuniões ordinárias e/ ou extraordinárias.
O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes - CNEVSCA tem como missão ser a instância nacional representativa da sociedade, dos poderes públicos e das cooperações internacionais para o monitoramento, avaliação e implementação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
O CNEVSCA tem como metas prioritárias:
  • Articular as instâncias regionais, estaduais e municipais para a formulação e a implementação dos planos estaduais e municipais;
  • Colaborar com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no planejamento e execução de ações de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes;
  • Mobilizar os governos para a inserção das ações do Plano de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes nos orçamentos da União, dos estados e municípios;
  • Promover o dia 18 de maio - Dia Nacional de luta contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes – como referência de mobilização de massa;
  • Criar instrumentos de avaliação e monitoramento dos Planos Nacional, estaduais e municipais e
  • Consolidar banco de dados nacional para análise permanente da situação.

ORGANIZAÇÃO
O CNEVSCA tem a sua missão operacionalizada pela coordenação colegiada que se reúne ordinariamente, semestralmente, pela coordenação executiva, pelos pontos focais e pelo funcionamento da secretaria executiva com sede em Brasília-DF. Todos os atos e práticas estão orientados por seu Regimento Interno, pelo Plano de Trabalho elaborado anualmente pela coordenação colegiada, bem como pelas decisões tomadas nas reuniões ordinárias e/ ou extraordinárias.
Em cada estado da federação há um ponto focal do CNEVSCA que é formado por redes, fóruns ou comitês estaduais que buscam articular os estados e os municípios para as ações de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.


INSTÂNCIAS DE DELIBERAÇÕES DO COMITÊ NACIONAL
Assembléia Geral - Instância máxima de deliberação composta por todos os membros filiados.
Coordenação Colegiada - Instância de deliberação e encaminhamentos técnicos e políticos, composta de 13(treze) membros eleitos em assembléia geral para mandato de 2(dois) anos.
Coordenação Geral - Composta de um coordenador e um vice eleitos pela coordenação colegiada para mandato de 2(dois) anos.
Secretaria Executiva - Composta de um secretário e um assistente, escolhidos pela coordenação geral.


COMPOSIÇÃO ATUAL
®      SECRETARIA EXECUTIVA
§  Karina Aparecida Figueiredo - Secretária Executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescente

 ®      COORDENAÇÃO COLEGIADA PARA O TRIÊNIO 2011/2013
§  Membros Natos
CONANDA
Miriam Maria José dos Santos
FCNCT
Silvia Carla Cardoso.
FÓRUM DCA
Diarlon Cesar Torres.

§  Representantes Regionais
CENTRO-OESTE
Fórum Matogrossense (MT) - Dilma Camargo
Fórum Goiano (GO) - Anna Fátima
NORDESTE
Casa de Passagem (PE) - Jaciara Arruda

NORTE
Cedeca Pé na Taba (AM) - Lucimar de Souza Weil
Cedeca Emaús (PA) - Alessandra Cordovil
SUDESTE
Cedeca Interlagos (SP) - Kátia Cristina dos Reis
AMAS (MG) – Helyzabeth Campos
SUL
Ciranda (PR) - Douglas Moreira
Fórum Catarinense (SC) - Geny Beckert

§  Representantes Regionais da Juventude
CENTRO-OESTE
Fórum Goiano (GO) - Santiago Plata
INESC (DF) - Poti Alves Picanço
NORDESTE
Pastoral do Menor (PB) - Andrezza Ribeiro Gomes
Visão Mundial (SP)- Ingrid Batista
NORTE
Makunaima (RR) - Graciele Oliveira dos Santos
Cedeca Pé na Taba (AM) - Beatriz Andrade da Silva
SUDESTE
Circo de Todo Mundo (MG) - Moisés Barbosa Ferreira Costa
CEDECA INTERLAGOS (SP) Brenda Barbosa da Silva
SUL
Em processo eletivo. 

§  Consultores Nacionais
ANCED
Denise de Carvalho Campos
ANDI
Elizabeth Vieira Gomes
CHILDHOOD
Itamar Batista Gonçalves
ECPAT BRASIL
Tiana Santo Sé

Fonte:  Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

3ª Edição do Prêmio Neide Castanha


O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes torna público o edital para participação na 3ª edição do Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
 
O Prêmio é uma homenagem a Neide Castanha, reconhecida defensora dos direitos humanos que dedicou parte de sua vida a lutar contra a violência a que são submetidas crianças e adolescentes no Brasil.
 
A atuação dessa mulher notável fez dela uma singular referência, no Brasil e no mundo, no que diz respeito ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Participou ativamente do processo de construção do Estatuto da Criança e do Adolescente e da criação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Sua atuação foi fundamental no processo de discussão e investigação como membro técnico da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investigou redes de exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.
 
Foi fundadora e coordenadora do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria) e Secretária Executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
 
Esse Prêmio tem por objetivo homenagear personalidades e instituições que, assim como Neide Castanha, se destacaram na defesa intransigente dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, em especial dos Direitos Sexuais.
 
As inscrições estão abertas de 14 de janeiro de 2013 a 5 de abril de 2013. Podem ser feitas por meio do formulário disponível no edital ou ainda no blog do prêmio: www.premioneidecastanha.blogspot.com.br.
 
A solenidade de premiação aos agraciados será agendada para a semana das atividades que marcam o 18 de maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
 

Fonte: Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Campanha Nacional de Carnaval pelo Fim da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes


Prezados parceiros,

A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), vem, por meio deste, informar que foi dado inicio a 8ª edição da Campanha Nacional de Carnaval pelo Fim da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que será lançada no Carnaval de 2013, e integra a Campanha Nacional pelos Direitos da Criança e do Adolescente.
Nesse sentido, solicitamos a colaboração de todos as redes parceiras desta Secretaria na divulgação dessa campanha que nos é tão importante.
Abaixo segue algumas orientações:
- Os materiais estão disponibilizados, para download, no site da Secretaria de Direitos Humanos http://www.sdh.gov.br, sendo possível sua reprodução pelos parceiros com as respectivas logos, desde que mantida a do Governo Federal, no mesmo local da arte original da peça publicitária.
- Em breve novo vídeo será disponibilizado para divulgação.
- É recomendado que a campanha seja divulgada em sites oficiais das redes, redes sociais e demais parceiros que tenha contato.
- Caso tenham dificuldade em baixar o banner, vídeo ou qualquer outra peça da campanha, favor entrar em contato para resolvermos a questão brevemente.
Desde de já agradecemos a parceria.

Denille MeloCoordenação da Política Nacional de Convivência Familiar e Comunitária e ReDESAP
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
( (+ 55 61) 2025-3504 / Fax (61) 2025-9603
Setor comercial sul - B, Qd. 9, Lt "C", Edifício Parque Cidade Corporate, Torre "A", 8ª andar, sala 804 A - Brasília/DF. CEP: 70.308-200.

Fonte:

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sábado, 26 de janeiro de 2013

O Conselho Tutelar diante do problema da concretização dos direitos da criança e do adolescente em Pernambuco


O Conselho Tutelar diante do problema da concretização dos direitos da criança e do adolescente em Pernambuco



Nivaldo Pereira da Silva*


Conforme define a Lei Federal 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos na referida lei. Diz ainda, que em cada município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar, composto de cinco membros, escolhido pela comunidade local.
Esta introdução sobre o conceito deste órgão definido no Estatuto da Criança e do Adolescente é para que os mais desavisados entendam que esta definição ainda não é bem aceita ou entendida, tanto pelo poder público, como por grande parte da sociedade civil em Pernambuco. Por incrível que pareça, após 23 anos da promulgação do ECA, ainda existe desconhecimento e dúvida sobre as reais atribuições deste órgão, assim como em que condições os conselheiros e conselheiras tutelares atuam, tanto no que diz respeito às condições relativas a estrutura física e de recursos humanos e materiais, como também ao cumprimento inerente as suas funções no exercício do mandato. Gostaria de ressaltar alguns aspectos nas linhas que se segue.
Como primeira abordagem, falaremos sobre a importância do Conselho Tutelar no município. Ser encarregado pela sociedade para o cumprimento dos direitos de crianças e adolescentes, requer bastante responsabilidade, tendo em vista que esta missão foi confiada pela população que se dispôs a sair de casa, geralmente, em um domingo, para eleger pessoas que ela acredita vai trabalhar com seriedade no cumprimento de suas atribuições, portanto, não se deve fazer parte do Conselho Tutelar pensando apenas na remuneração ou na ocupação do espaço, usá-lo como plataforma para futura candidatura a cargo parlamentar, e caso seja um cabo eleitoral, de mostrar para seus candidatos que tem força política na comunidade, já que em muitos municípios algumas pessoas são assessores de vereadores ou faz parte do grupo político do prefeito. É preciso que se tenha compromisso neste processo de efetivação dos direitos da criança e do adolescente. Vale lembrar que o voto para escolha dos conselheiros (as) tutelares não é obrigatório, o que faz com que o cidadão se revolte ainda mais se sua expectativa não for correspondida.
Outra questão é em relação ao poder público. Os poderes executivos municipais ainda tratam o Conselho Tutelar como órgão sem importância ou como um instrumento político para abrigar seus aliados, e assim não serem incomodados, levando em conta que o Conselho Tutelar deve fazer gestão junto á prefeitura para a efetivação da política de atendimento, bem como representá-la em casos de não-oferta ou oferta irregular dos serviços de atendimento á criança e ao adolescente. Para isso, agem de diversas formas. Tentar eleger os aliados, não estruturam os Conselhos, pagam baixos salários, e em alguns casos, até perseguem os conselheiros (as) que consideram opositores. E ainda contamos com a omissão dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Poder Judiciário e Ministério Público, que pouco apoiam os Conselhos Tutelares, que clamam por melhores condições de funcionamento. E a sociedade civil organizada também contribui para essa situação, onde a maioria está preocupada apenas em ganhar dinheiro ou fazer parte dos governos estadual e municipal.
Outro fator de suma importância que acarreta dificuldade no exercício da função é a falta de uma política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente nos municípios, o que costumamos chamar de retaguarda para os conselhos tutelares, ou seja, após atender os fatos e aplicar as medidas de proteção, muitos ficam sem ter para onde encaminhar as crianças, adolescentes e as famílias atendidas, principalmente no que se refere aqueles relativos à dependência química. Os municípios alegam não terem orçamento suficiente para uma rede de atendimento adequada, porém quando o assunto é festas, altos salários de prefeitos, secretários e vereadores, não falta orçamento, basta ver o que se gasta nos carnavais, por exemplo. A verdade é que apesar de 23 anos de ECA, criança e adolescente não é prioridade absoluta.
É preciso que os atores do sistema de garantia dos direitos, responsáveis pela promoção, controle e defesa, como os Conselhos Estadual e Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Fóruns Estadual e Municipal DCA, Poder Judiciário, Ministério Público e Associação Estadual dos Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares se unam para que esta situação seja revertida, seja com capacitação, conscientização, sensibilização ou quem sabe até com medidas judiciais. Afinal, o Conselho Tutelar é um órgão da sociedade, para a sociedade, e não apenas para enfeite ou instrumento de interesses pessoais.

*Educador Social, Ex-Conselheiro Tutelar do Recife, Coordenador do CEDES- Centro de Estudos e Desenvolvimento Social, Conselheiro Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Ipojuca, Conselheiro Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Pernambuco.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eventos marcam Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo




Créditos: Joshhh
Originalmente publicada no Repórter Brasil

Entidades públicas e organizações da sociedade civil realizam, nas últimas semanas de janeiro, atos e debates para marcar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro). Assim como em 2010 e 2011, atividades estão programadas em vários estados do país para chamar atenção sobre o problema e mobilizar por avanços na erradicação do trabalho escravo contemporâneo.
O dia 28 de janeiro foi oficializado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo como uma forma de homenagear os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados nesta data em 2004, durante fiscalização na zona rural de Unaí (MG). Entre as atividades previstas para este ano também estão manifestações exigindo o julgamento dos envolvidos na "Chacina de Unaí", como ficou conhecido o episódio.
Em Belo Horizonte, no dia 28, um ato público lembrará o nono aniversário da "Chacina de Unaí". O ato contará com a presença de membros da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), que realizarão uma reunião itinerante na capital mineira.
A mobilização também inclui um encontro em São Paulo, no dia 31 de janeiro, no qual Maria do Rosário, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e Eloisa Arruda, que está à frente da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, discutirão como juntar forças para combater o trabalho escravo. Também estarão presentes representantes da administração municipal. São Paulo é a única cidade do país em que os chefes das três esferas de governo (federal, estadual e municipal) assinaram a Carta Compromisso contra a Escravidão, documento distribuído pela Conatrae para que os candidatos a cargos públicos se comprometam a combater esse crime.
PROGRAMAÇÃO (SUJEITA A ALTERAÇÕES):
BELO HORIZONTE
28/01/2013
Reunião Itinerante da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) em Belo Horizonte (MG)
LOCAL: Auditório da Procuradoria da República em Minas Gerais, Av. Brasil, 1877 - Bairro Funcionários Belo Horizonte (MG)
HORÁRIO: 10h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo

Ato Público clamando pelo julgamento dos acusados da "Chacina de Unaí"
LOCAL: Em frente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Belo Horizonte (MG). E em todos os Estados da Federação em frente às Superintendências Regionais do Trabalho de cada capital.
HORÁRIO: 14h (Belo Horizonte)
ORGANIZAÇÃO: Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e Associação dos Auditores-Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (AAFIT-MG)


SÃO PAULO
31/01/2013
Juntando forças: como articular os esforços dos governos federal, estadual e municipal no combate ao trabalho escravo em São Paulo
Abertura Maria do Rosário, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Eloisa Arruda, secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. Posteriormente acontecerá outra mesa com representantes dos três governos (Federal, Estadual e Municipal) para discutir como implementar as políticas acordadas na Carta Compromisso contra a Escravidão, assinada por Dilma Rousseff, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad.
LOCAL: Auditório da Secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania, Pátio do Colégio número 148, Centro, São Paulo (SP)
HORÁRIO: Das 10h as 13h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo de São Paulo


SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA
01 e 02/02/2013
Seminário "1970 - 2012: A Luta pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil - Somente em rede poderemos erradicar o trabalho escravo"
LOCAL: Anfiteatro da Prelazia de São Félix (Centro Comunitário Tia Irene), São Félix do Araguaia (MT)
HORÁRIO: 01/02 das 19h às 20h e 02/02 das 08h às 16h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Pastoral da Terra no Mato Grosso

Reunião itinerante da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo do Mato Grosso, com representantes de municípios
LOCAL: São Félix do Araguaia (MT)
HORÁRIO: 01/02, às 14h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo do Mato Grosso


SÃO LUÍS
29/01/2013
Reunião da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo: Atividades sobre a temática do Trabalho Escravo e exibição do filme "Correntes" com debate ao final
LOCAL: São Luís do Maranhão (MA)
HORÁRIO: 14h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo do Maranhão


TERESINA
28/01/2013
Lançamento de publicação de experiências e relatos das Oficinas do Projeto: "Educar para libertar", que trata da Prevenção ao Aliciamento do Trabalho Escravo no Estado
LOCAL: Teresina Shopping
HORÁRIO: Das 8h às 18h
ORGANIZAÇÃO: Fórum de Combate ao Trabalho Escravo do Piauí


SALVADOR
28/01/2013
Reunião da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo. Discussão sobre a realização de pesquisas para a identificação dos locais de alta incidência da prática de trabalho escravo no interior da Bahia, visando a medidas de prevenção e combate.
LOCAL: Sede da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos
HORÁRIO: 9h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia


BELÉM
21/01/2013
Palestra sobre Trabalho Escravo Contemporâneo
LOCAL: Secretaria de Justiça e Direitos Humanos: Rua 28 de Setembro, 339, Comércio, Belém (PA)
HORÁRIO: Às 8h
ORGANIZAÇÃO: Coordenação Estadual de Promoção dos Direitos dos Trabalhadores Rurais, Combate ao Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas


MARABÁ
25/01/2013
Seminário História, cidadania e ensino: olhares e reflexões sobre a problemática do Trabalho Escravo Contemporâneo
LOCAL: Salão da Biblioteca do Campus Universitário da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Avenida Hiléia s/n, Agrópolis do INCRA, Bairro Amapá, Marabá (PA)
HORÁRIO: Das 8h às 18h
ORGANIZAÇÃO: Grupo Interinstitucional de Erradicação do Trabalho Escravo (Gaete)


ARAGUAÍNA
26 e 27/01/2013
Mostra de filmes nos bairros Tiúba e Céu Azul
LOCAL: Associação de Mulheres do Setor Tiuba: Rua São Jorge, 349; Centro Espírita do Setor Céu Azul: Rua Ferraz Camargo, s/n, Araguaína (TO)
HORÁRIO: Das 19h às 21h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Pastoral da Terra no Tocantins


PALMAS E ARAGUAÍNA
28/01/2013
"Blitz" Educativas com distribuição de material informativo sobre trabalho escravo
LOCAL: Pontos estratégicos das cidades
ORGANIZAÇÃO: Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Tocantins


AÇAILÂNDIA
28/01/2013
Audiência com Executivo e Legislativo Municipal para a entrega de proposta de Plano Municipal de Apoio às Vitimas do Trabalho Escravo. Ato público com distribuição de material preventivo relacionado ao trabalho escravo contemporâneo
LOCAL: Prefeitura e na Câmara Municipal de Açailândia (MA)
HORÁRIO: Das 8h às 16h
ORGANIZAÇÃO: Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, entre outras organizações sociais


BARREIRAS
28/01/2013
Oficina com catadores de lixo na área do lixão de Barreiras sobre Trabalho Escravo e alternativas de superação
LOCAL: Barreiras (BA)
HORÁRIO: Das 15h às 20h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Pastoral da Terra e Cáritas na Bahia


CARINHANHA
19/01/2013
Encontros sobre Trabalho Escravo nas comunidades quilombolas de Barra do Parateca. Participação de grupos de Capoeira, Hip Hop, Maculelê, e Reisado
LOCAL: Carinhanha (BA)
HORÁRIO: das 9h às 16h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Pastoral da Terra na Bahia


BOM JESUS DA LAPA
30/01/2013
Encontros sobre Trabalho Escravo nas comunidades quilombolas de Lagoa das Piranhas.
Participação de grupos de Capoeira, Hip Hop, Maculelê, e Reisado
LOCAL: Bom Jesus da Lapa (BA)
HORÁRIO: Das 9h às 16h
ORGANIZAÇÃO: Comissão Pastoral da Terra na Bahia


RIO DE JANEIRO
21/01/2013 à 08/03/2013
Curso de Extensão: Direitos Humanos do Trabalhador
LOCAL: Auditório do Prédio Anexo ao CFCH da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus da Praia Vermelha
HORÁRIO: Às 2as, 4as e 6as feiras, das 14h às 16h
ORGANIZAÇÃO: Grupo de Estudos Pró Trabalhadores e Justiça e Grupo de Pesquisa sobre Trabalho Escravo Contemporâneo da Universidade Federal do Rio de Janeiro


PORTO ALEGRE
30/01/2013
1º Debate sobre o "Plano Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no RS"
LOCAL: Auditório do Palácio do Ministério Público Estadual, Praça Marechal Deodoro, 110
HORÁRIO: 13h30
ORGANIZAÇÃO: Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Rio Grande do Sul


Fonte: Pró-Menino