sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Piauí: 65% do trabalho infantil acontece na zona rural




Créditos: Ana Ge
Dados do Censo 2010, divulgados na quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que 65% das crianças e adolescentes envolvidos em trabalho infantil residem na zona rural do Piauí. Segundo o Instituto, a exploração está ligada à própria subsistência e da família. Das 494.063 crianças e adolescentes, com idade entre 10 e 17 anos, vivendo em ambiente rural no Piauí, 62.402 ou 12,63% estão inseridos em situação com fins lucrativos geralmente ligados a produção agropecuária. Na faixa etária de 10 a 14 anos, 25.520 meninas e meninos, ou 8,24%, estão em situação de trabalho infantil.
Em todo o Brasil, o número de crianças de 10 a 13 anos que trabalham aumentou de 699 mil em 2000 para 710 mil em 2010. O acréscimo foi de 1,5% em números absolutos, ou quase 11 mil crianças a mais. A proporção nesta faixa etária que trabalhavam era de 5,07% em 2000 e chegou a 5,2% em 2010. 
Os números mostram que a queda no trabalho infantil dos 10 aos 17 anos, que tem sido divulgado pelos órgãos oficiais, aconteceu de fato na faixa dos 14 aos 17 anos. Em 2000, havia 3,2 milhões de jovens que trabalham nesta idade, equivalentes a 22,6% da população de 14 a 17 anos. O número caiu para 2,6 adolescentes ocupados, ou 19,4% do total. Em números absolutos, houve uma queda de quase 540 mil trabalhadores, ou 16,7%.
Na faixa de 10 a 17 anos, o número caiu de 3,9 milhões para 3,4 milhões na década, ou 13,4% a menos. Em 2000, 14% das crianças e jovens nesta idade tinham algum tipo de ocupação, proporção que caiu para 12,4%. Dos 710 mil ocupados de 10 a 13 anos, 639,6 mil (90%) fazem jornada dupla, estudando e trabalhando. A situação mais grave é dos 70,5 mil que trabalham e não estudam. As crianças e adolescentes atuam principalmente no setor agrícola e sem remuneração.
Na faixa dos 10 a 13 anos, existem 403 mil crianças fora das salas de aula, ou 3% do total. Desse universo, 70,5 mil só trabalham e 332 mil não estudam nem trabalham. Dados já divulgados no início do ano mostram que, dos 6 aos 14 anos, 966 mil não estudam, ou 3,2%.
Região ABC Paulista
O número de crianças com idade entre 10 e 13 anos que trabalham se manteve praticamente estável no Grande ABC na última década. De acordo com os números do Instituto, a região tinha 5.287 crianças nesta situação em 2000 e passou para 4.809 em 2010. Apesar de queda de 9% em números absolutos - 478 meninas e meninos a menos -, a proporção dos que trabalham nesta faixa etária passou de 3,12% para 3% das 157,9 mil crianças da região que tem entre 10 e 13 anos.
O cenário observado nas sete cidades vai na contramão dos dados nacional e estadual. Mauá é a líder do ranking com 3,39% da população entre 10 e 13 anos trabalhando - 997 crianças. O segundo lugar ficou com São Caetano, onde a proporção é de 3,37% - 227 pequenos trabalhadores, seguido de Diadema, com 3,32% (887).
Em Ribeirão Pires são 237 menores entre 10 e 13 anos em situação de trabalho infantil, o que equivale a 3,26% da população nesta faixa etária, enquanto Santo André tem 3,21% das crianças com essa idade no trabalho (1.202 crianças) e São Bernardo 2,51% (1.189). A menor taxa é registrada em Rio Grande da Serra - 70 crianças, ou 2,13% dos pequenos nesta faixa de idade.

Com informações do Cidade Verde, IG e Diário do Grande ABC.

Fonte: Pró-Menino

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