O consumismo também é vilão aqui!
Créditos: Emidio Batista
Foi-se o tempo em que a pobreza era a principal causa da exploração do trabalho infantil e adolescente. O fenômeno agora tem novo vilão!
Camila Andrade Vaz e Isabela de Andrade Vaz, jovens comunicadoras de São Paulo*
Nos últimos quatro meses, 25 milhões de pessoas foram alcançadas pela campanha É da nossa conta! Trabalho Infantil e Adolescente, uma iniciativa da Fundação Telefônica corealizada por Fundo das Nações Unidas para Infância e Adolescência (Unicef) e Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Ao longo desse período, pudemos reconhecer as situações de trabalho infantil e adolescente, questionar o contexto desse tipo de situação, descobrir as ações cotidianas para ajudar no combate, e compartilhar atitudes e informações sobre a realidade de mais de três milhões de meninos e meninas por todo o país.
Também pudemos entender a complexidade desse fenômeno. Muitas são as causas para que a exploração da mão de obra infantil e adolescente aconteça. Entre elas, uma mais moderna e causa também de outros males sociais: o consumismo.
Em entrevista a adolescentes e jovens comunicadores da campanha É da nossa conta! Trabalho Infantil e Adolescente, Renato Mendes, coordenador do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil da OIT, abordou o assunto: “No passado, o grande motivador para a criança que trabalhava era a pobreza, ter dinheiro para poder se alimentar e completar a renda da família. Hoje, os estudos estão comprovando que mais de 40% das crianças e adolescentes que trabalham já não fazem por causa da pobreza e sim porque querem ter acesso aos bens da modernidade, como celular, smartphone, tablets, roupa. Então, hoje, é necessário complementar as estratégias antigas com novas estratégias muito mais complexas para combater o trabalho infantil”.
Conversamos com adolescentes e jovens trabalhadores de São Paulo no intuito de identificar essa causa entre eles. Confira o resultado!
"Trabalho para ter minhas coisas sem ter que depender dos meus pais!"
Gabriela Villar, 16 anos
"Eu trabalho para sustentar algumas coisas minhas, rolês, roupas e besteiras, e, quando der, ajudar em casa, nas contas."
Lucas Cservenka, 15 anos
"Trabalho para ter minha primeira experiência para ajudar em casa e poder comprar o que eu quero sem depender de ninguém."
Amanda Aguiar Freitas, 16 anos
"Eu trabalhava porque não queria ficar dependendo dos meus pais para comprar qualquer coisa, para ganhar experiência no mercado de trabalho, e porque não conseguia ficar em casa sem fazer nada. Agora que não trabalho, sinto necessidade de voltar a trabalhar. É bom não precisar ficar pedindo as coisas e sim conquistar o que eu quero com meu próprio esforço."
Eliezer Alves Bueno, 17 anos
"Eu trabalho porque gosto da sensação de independência financeira.”
Francyele Rodrigues, 17 anos
“Trabalho para não ficar dependendo dos meus pais financeiramente e ter algo para fazer, uma ocupação, tipo não ser um vagal. Também para juntar dinheiro para começar a faculdade e ter as minhas próprias coisas que meus pais não me dão por acharem desnecessário, mas que todo adolescente gosta de ter.”
Emerson Oliveira de Castro, 17 anos
"Já trabalho para ser independente, ajudar minha mãe quando preciso e pagar o meu cursinho."
Beatriz de Andrade, 17 anos
"Trabalho para ser independente! Ter responsabilidades, não depender mais dos pais para comprar o que quero. Comprar roupas, coisas que desejo."
Kevin Souza Silva, 16 anos
*Integrantes do grupo de adolescentes e jovens comunicadores que produzem conteúdo para a campanha É da nossa conta! Trabalho Infantil e Adolescente por meio da mobilização promovida pela Viração Educomunicação
Fonte: Pró-Menino
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