segunda-feira, 9 de março de 2015

"Bancada da bala" promete polêmica

Dos 33 titulares da Comissão de SegurançaPública da Câmara, 17 (51%) são representantes das Polícias Militar, Civil, da Polícia Federal, Exército e Bombeiros.

BRASÍLIA - A "bancada da bala" da Câmara, reforçada nesta legislatura, domina a
Comissão de Segurança Pública da casa. Dos 33 titulares da comissão, 17 (51%) são parlamentares egressos de corporações de polícias militar, civil, da Polícia Federal, do Exército e dos Bombeiros. Com essa composição, esse grupo terá a maioria e poderá aprovar os projetos de sua autoria. A bancada já anunciou que pretende extinguir o limite de idade para criminalizar menores que cometem crimes, querem acabar com o direito de presos condenados a visitas íntimas e aos "saidões", como ocorre no Natal e em outras datas, e desburocratizar e ampliar o acesso ao porte de arma pela sociedade. Vários desses parlamentares usam a patente que ocuparam na ativa no nome eleitoral e o adotam na Câmara. Entre os integrantes estão: Delegado Edson Moreira (PTN-MG), Delegado Éder Mauro (PSD-PA), Delegado Waldir (PSDB-GO), Capitão Fábio Abreu (PTB-PI), Capitão Augusto (PR-SP), Major Olimpio (PDT-SP), Cabo Daciolo (PSOL-RJ) e Cabo Sabino (PR-CE). Os Bolsonaro - pai (Jair) e o filho (Eduardo) - estão na comissão. Os indicados pelo PT na comissão, que se opõem à "bancada da bala", foram os deputados Padre João (MG), Adelmo Leão (MG) e Luiz Carlos Caetano (BA). O partido tem posições históricas contrárias ao endurecimento da legislação penal, em especial à redução da maioridade para se criminalizar menores de idade. Os petistas também são contrários a acabar com benefícios de condenados e não querem alterar o Estatuto do Desarmamento.

PROJETOS

Apesar do pouco tempo de legislatura, os deputados da "bancada da bala" já apresentaram seus projetos. O Capitão Augusto, parlamentar que circula fardado pela Câmara e está no seu primeiro mandato, é autor de 19 projetos. O militar quer transformar em crime hediondo homicídios contra policiais, quer isenção de tributos para aquisição de armas de fogo para profissionais de segurança pública, quer que sejam secretas as votações no plenário de matérias que tratem de condenados, como a proibição da visita íntima. E também já solicitou a realização de uma sessão solene para homenagear o policial militar.

Fonte: 
Agência Globo
Jornal do Commercio

Nenhum comentário:

Postar um comentário