sexta-feira, 24 de maio de 2013

Combate ao trabalho infantil doméstico é tema de campanha


Créditos: divulgação 
Juliana Sada, do Promenino com Cidade Escola Aprendiz

Você já presenciou alguma criança ou adolescente exercendo atividade doméstica? Cuidando de crianças, fazendo faxina ou varrendo a calçada? O trabalho infantil doméstico é recorrente no Brasil e, muitas vezes, aceito pela sociedade. Se juntarmos todas as crianças que realizam essa atividade no País daria para encher mais de três estádios do Maracanã.
De olho nos altos índices brasileiros, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) vai lançar, no dia 12 de junho, uma campanha de combate ao trabalho infantil doméstico. Sob o lema “Tem criança que nunca pode ser criança”, a ação do FNPETI busca sensibilizar e mobilizar a sociedade brasileira para o tema, e marca o dia mundial de combate ao trabalho infantil.

Dificuldades no combate

“O trabalho infantil doméstico é muitas vezes invisível e, o que é mais preocupante, é que as crianças, os adolescentes, os próprios empregadores, e a sociedade como um todo, não enxergam nessas atividades uma situação de trabalho. Vêem como uma ajuda, como uma coisa boa...” explica a secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa Maria de Oliveira.
A campanha do FNPETI vai trabalharem prol dessa conscientização: "A ação tem o foco de sensibilizar os próprias adolescentes, suas famílias, suas escolas e os conselheiros tutelares – que muitas vezes não tem essa compreensão [do trabalho]", reforça Isa.
Além da questão cultural, que não vê malefícios na atividade, há também a dificuldade da fiscalização, uma vez que os agentes não podem entrar em residências sem um mandato judicial, diferentemente do que ocorre com as empresas. Por ocorrer dentro das casas e ser de difícil detecção, a atividade é chamada de “invisível”.
Dados do Censo de 2010 revelam que há 258 mil crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos trabalhando em atividades domésticas no Brasil. No mundo todo, há 15,5 milhões de jovens com menos de 18 anos que exercem a atividade, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O trabalho doméstico é classificado pela OIT como uma das piores atividades que podem ser exercidas por uma criança já que há intenso esforço físico, exposição ao fogo, longas jornadas, isolamento e possibilidade de abuso físico, psicológico e sexual. O Brasil, que adotou a classificação da OIT, se comprometeu a erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2015.

Dia mundial de combate ao trabalho infantil
O dia 12 de junho é marcado por mobilizações em todo o mundo pela erradicação do trabalho infantil. A campanha do FNPETI terá alcance nacional e desdobramentos nos estados e municípios. De acordo com Isa de Oliveira, o objetivo da campanha é conscientizar os atores envolvidos no trabalho infantil e também educadores e conselheiros tutelares, para que saibam como identificar e agir nessas situações. "A campanha tem que mostrar que é proibido para todas meninas e meninos que não completaram 18 anos e o poder público tem que buscar alternativas", afirma Isa.   Para saber mais sobre a campanha, acesse a página Contra o Trabalho Infantil.

Fonte: Pró-Menino

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