sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Escolas de Educação Infantil e a tragédia de Santa Maria


Escolas de Educação Infantil e a tragédia de Santa Maria

Prof. Luís Fernando Minasi *  

Interrompo, nesse momento, uma defesa contra argumentos que afirmam posições contra a verdade, para fazer, motivado pelas notícias da tragédia que consterna o Brasil na cidade de Santa Maria, comentários pertinentes à segurança das crianças nas Escolas de Educação Infantil, predominantemente, as de cunho privado. Faço-o por sentir importância de relacionar os comportamentos e atitudes sociais, frente a situações geradas por tipos de práticas causadoras de condições de perigo e insegurança nos aspectos mais gerais do cotidiano das pessoas.

Relaciono, nesse texto, as condições das Escolas de Educação Infantil, com as tragédias ocorridas em Uruguaiana, quando crianças morreram queimadas; em Minas Gerais, onde uma criança cai e morre afogada na piscina da escola; e agora, este último acontecimento em Santa Maria, todos que podiam ser totalmente evitados, se as condições materiais de segurança fossem cumpridas.        
Preciso dizer que assumo a autoria desse texto, com a responsabilidade de um Conselheiro Municipal de Educação, sem poder me desligar de outras funções sociais que assumo, principalmente, a de pai e a de professor. Como pai, estendo o amor e o cuidado que tenho aos meus filhos a todas as crianças, como processo de igualdade social. E, como professor, por ter a responsabilidade de precisar ser para os filhos dos outros, o professor que gostaria que meus filhos tivessem. Nesse sentido, meu interesse pela vida e por uma vida feliz se torna a “âncora motivadora” de minha  prática social, independentemente do que se trata, livre de qualquer preconceito ou discriminação do que e de quem quer que seja.        

Assim, encontrar motivos, infelizmente, por meio da tragédia em Santa Maria, para alertar todos os pais ou responsáveis por crianças que frequentam a Escola de Educação Infantil em especial, sem se descuidar dos demais ambientes escolares em outros níveis de ensino, sobre o estado físico dessas escolas, suas condições materiais de segurança e o atendimento que nelas são desenvolvidos, em relação ao Cuidado e a Educação das crianças se faz, nas circunstâncias do momento, obrigatório.  

Os Conselheiros do Conselho Municipal de Educação, junto com a Promotoria da Infância e da Juventude promovem, dentro de seus limites, a orientação e fiscalização, a mais que necessária possível, para que as crianças que frequentam tais estabelecimentos tenham garantido a segurança para a vida e para a tranquilidade dos pais. Porém, temos recebido muitos tipos de crítica, muitas delas inconvenientes, por não terem fundamento consistente, de proprietários deste tipo de escola, por não termos, enquanto Conselho, conseguido reunir as condições necessárias e adequadas para aprovarmos a autorização de funcionamento, tanto pedagogicamente, como pelo estado físico, no qual se apresentam os prédios para tal atividade, embora, à revelia da legislação continuam funcionando.         

O acontecimento ocorrido em Santa Maria tem o mesmo nexo que queremos evitar com as escolas que buscam, no Conselho, autorização para funcionar. O noticiário tem revelado as prováveis causas que influenciaram para a tragédia, dando ênfase no quesito segurança, o que dá sentido às exigências da Resolução emanada do Conselho Municipal de Educação, que determina o mínimo necessário para garantir uma educação com a qualidade que a infância necessita para desenvolver o sentido ontológico do humano e manter a vida viva.         

Saliento, para justificar o sentido dessa intervenção na mídia, a responsabilidade do Conselho, do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária, que vistoriam e dão os laudos de funcionamento para obtenção da autorização para que os proprietários das escolas equipem, adequadamente, seus estabelecimentos, atendam com rigorosidade as exigências feitas pela resolução e pelos laudos desses dois órgãos públicos, para que se possa evitar tragédia com nexo de insegurança material dos prédios.        

Na dor dos familiares das vítimas dessa tragédia, aproveito o momento para chamar atenção para que os pais ajudem a escola de seus filhos, tendo em vista que esta é privada – particular – a garantir com os proprietários, toda a segurança necessária para podermos evitar que venha acontecer acidentes, com perdas irreparáveis de vidas inocentes por negligência e imprudência de suas mantenedoras e de alguma forma, de pais que não se preocupam em fiscalizar as condições materiais da escola que seus filhos frequentam.      


  * Professor, Doutor em educação
Enviado por Bernadeth Gondim

Nenhum comentário:

Postar um comentário